Empresa mineira de pão de queijo fatura R$ 128 mi e exporta até para Dubai

Para crescer, uma das grandes apostas da Maricota é a exportação, seja ao “mercado da saudade” ou a novos consumidores da iguaria mineira.

Nos últimos 27 anos, a Maricota Alimentos se transformou de um negócio familiar de Minas Gerais para uma fábrica que comercializa pães de queijo para todo o Brasil. Suas iguarias estão nos principais supermercados do país – como Carrefour, Dia e Pão de Açúcar – e a marca faturou 128 milhões de reais em 2017.

Mesmo assim, a Maricota procura mais formas de expandir – e viu na exportação uma maneira de conquistar mais consumidores. Hoje, apenas 4% do faturamento da rede vem do exterior. Mas a marca espera que o número cresça tanto por conta do “mercado da saudade”, composto por brasileiros que moram fora do país, quanto pelo consumo, principalmente, dos latinos que vivem nos Estados Unidos.

Criação e crescimento no mercado nacional
A Maricota Alimentos começou em 1991, apenas com a produção manual de pão de queijo por Roberto Evelande e sua mãe. O hoje diretor da marca afirma que a diversificação do mix de produtos foi essencial para que a Maricota conseguisse crescer.

Hoje, a empresa possui também linhas de massas (canelone, lasanha e nhoque), pizzas e salgadinhos. O pão de queijo também ganhou atualizações: há versões mais premium, com queijos Gouda e Grana Padano, e foram lançadas as chipas, “primas ricas” do pão de queijo e típicas no Paraguai. Agora, o negócio estuda entrar no segmento de empanados e pão de alho.

A rede hoje atende varejos grandes e pequenos, tanto no fornecimento dos pães de queijo para supermercados quanto no food service – distribuição do alimento para eventos e restaurantes, por exemplo. Alguns clientes atendidos são Atacadão, Carrefour, Dia, Pão de Açúcar e Walmart. Ao todo, são mil toneladas mensais produzidas e distribuídas para seis mil empresas brasileiras. Nacionalmente, Evelande vê mais potencial de expansão no food service, que hoje representa apenas 15% da operação da Maricota.

Planos fora do país

Em 2009, a Maricota criou seu próprio departamento de exportação por perceber o potencial de aceitação do pão de queijo em outros países. “Decidimos aproveitar a oportunidade e divulgar nosso produto em terras nacionais”, afirma o diretor. Hoje, a rede marca presença em 10 a 12 feiras e rodadas de negócio internacionais por ano.

Hoje, 85% do faturamento da Maricota no exterior vem da exportação de pão de queijo ao “mercado da saudade” – brasileiros que moram fora do país, mas querem continuar comendo as iguarias típicas da terra natal. Esse setor movimentou 50 milhões de dólares em 2017 e deve crescer 10% neste ano, segundo estimativas da própria Maricota.

Outros produtos exportados para aumentar as chances de faturamento são bolinha de queijo, broa de milho, chipas e pães de queijo pré-assados e recheados com goiabada e requeijão.

Apesar de tantas oportunidades, a fábrica está de olho em um mercado ainda maior: a comunidade latina. De acordo com Evelande, há 80 milhões de latinos e descendentes de latinos nos Estados Unidos, contra 1,5 milhão de brasileiros.

Por isso, a empresa mineira estudou o mercado e elaborou há três meses um pão de queijo diferente: ele é feito de “yuca”, a mandioca latinoamericana, e leva menos queijo. Os olhos estão tanto nos Estados Unidos quanto países como Canadá, Equador e Porto Rico. A maioria dos clientes hoje são dos EUA, com 40% do volume exportado. “Eles são nosso enfoque maior. Entendemos que é um mercado gigante e que pode ser muito mais explorado.”

Outros países para os quais a Maricota exporta são Angola, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos (especificamente para a cidade de Dubai), Portugal e Uruguai. Ao todo, a marca exporta 50 tonelados por mês para 17 países.

Hoje, a rede possui 20 importadoras pelo mundo todo e está fechando mais três parcerias nos Estados Unidos. Até 2020, a meta da Maricota é chegar a 50 parceiros e dobrar seu volume de exportação. Com isso, o faturamento com o exterior deve subir de 4% para 10% do total da empresa. Segundo Evelande, a comunidade latina deverá colar no “mercado da saudade” em faturamento, indo de 15% para 40% do total dos ganhos internacionais.

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Fonte: Exame

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