Negociações avançam, e acordo entre Mercosul e UE pode estar próximo
O anúncio político de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) pode estar perto, acreditam importantes fontes, com base no avanço das negociações esta semana, em Bruxelas.
Progressos – Apesar de uma ponta de ceticismo, após debates que já duram 20 anos, fontes confirmam que as equipes negociadoras poderão fazer progressos até esta sexta-feira (13/07). Deixariam em aberto alguns pontos para decisão dos ministros do Mercosul e dos comissários de Comércio e de Agricultura da União Europeia, que têm reunião marcada para o dia 18, em Bruxelas.
Equilíbrio – Os ministros e os comissários dos dois blocos deverão decidir basicamente sobre o equilíbrio da ambição do acordo. Caso as concessões na agricultura pelo lado europeu continuem modestas, não se pode esperar contrapartida maior do Mercosul na liberalização do setor automotivo, por exemplo.
Indicações geográficas – Também precisarão de decisão política os temas de regra de origem e de indicações geográficas. “Tudo é questão de equilíbrio”, como diz um negociador. Anúncio político do acordo para a UE significa que praticamente tudo estará acertado, ficando para depois apenas alguns detalhes técnicos.
Comissário de Agricultura – Em todo caso, apesar do otimismo entre certos negociadores, o comissário de Agricultura, Phil Hogan, declarou esta semana, no interior da Bélgica, que “não penso que haverá um acordo a curto prazo” com o Mercosul, procurando tranquilizar agricultores europeus na plateia.
Sinais contraditórios – Na verdade, a UE dá persistentes sinais contraditórios sobre o estado da negociação com Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Recentemente, a reação do governo alemão, no Encontro Economico Brasil-Alemanha, em Colonia, foi decepcionante, ainda mais para um país favorável ao acordo. Os alemães falaram de falta de tempo e de outros temas que se tornam prioridade no momento.
Ganho – Para um negociador do Mercosul, se os europeus não aceitarem fechar a negociação, será incompreensível pelo que ganharão, por exemplo, em relação a exportadores americanos e chineses, ainda mais no contexto internacional atual.
Cota – Como o Valor revelou, o Mercosul ofereceu à UE uma cota para entrada de carros europeus com tarifa 50% menor do que a atual, pelo período de sete anos. A alíquota de importação cairia de 35% para 17,5% sobre um determinado volume. Após o prazo de sete anos, começaria a redução da tarifa sobre automóveis europeus até a eliminação completa, oito anos depois.
Importância – Um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE seria oito vezes mais importante do que o acordo UE-Canadá e quatro vezes maior que o acordo UE-Japão, segundo os europeus.
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Fonte: Valor Econômico